Qualidade de vida engloba diversos fatores e não somente os aspectos físicos. Significa manter o bem-estar físico e psíquico, além de usufruir de boas relações sociais, ter bom nível de independência e manter-se ativo.
O equilíbrio harmonioso entre corpo, mente, espírito e alma tem relação direta com o seu bem estar diário e para conquista-lo devemos reconhecer e compreender-nos de forma holística. Holismo: abordagem, no campo das ciências humanas e naturais, que prioriza o entendimento integral dos fenômenos, em oposição ao procedimento analítico em que seus componentes são tomados isoladamente.
Além do preceito básico do tratamento da medicina tradicional, outros caminhos e práticas devem tornar-se aliados na manutenção da estabilidade do organismo como um todo. As alternativas são muitas e todas agregam e ajudam na busca do bem viver.
Iracema de Almeida Benevides, médica nutróloga explica que o uso de abordagens complementares e integrativas para a saúde e o bem-estar cresceu mundialmente nos últimos anos, e comenta: "Estudos demonstram como movimentos corporais, massagem, meditação e aromaterapia, entre outras, contribuem para a saúde de maneira integrada e harmoniosa, colaborando portanto para a melhoria da qualidade de vida". O campo da medicina integrativa ressalta a importância de uma compreensão ampliada do ser humano. “As abordagens integrativas em saúde têm uma visão mais ampla do processo de saúde e permitem que as pessoas sejam compreendidas em sua totalidade."
No início dos anos 2000, a OMS publicou o primeiro documento técnico sobre o tema (Traditional Medicine Strategy 2002-2005), no qual são estabelecidas as bases para a elaboração e o desenvolvimento de políticas públicas na área. O documento já foi atualizado, estabelecendo diretrizes para o período 2014 até 2023, e ampliando as orientações para regulamentação das práticas, dos praticantes e dos produtos. A OMS apoia e incentiva que os países adotem as abordagens complementares desde o início dos anos 1980 por compreender que são seguras, efetivas e que ampliam o acesso ao cuidado com a saúde.
No Brasil, vale destacar que o Ministério da Saúde publicou, em maio de 2006, a Portaria GM 971, que estabelece as bases para a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), definindo as diretrizes para a implantação no SUS da medicina chinesa, acupuntura, homeopatia, fitoterapia, medicina antroposófica, cromoterapia e termalismo social//crenoterapia.. Em março de 2017, o ministério ampliou o conjunto por meio da Portaria GM 849, que incluiu mais 13 abordagens: ayurveda, ioga, biodança, musicoterapia, terapia comunitária integrativa, arteterapia, reiki, dança circular, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, shantala e naturopatia. E em 21 de março de 2018 o ministério ampliou novamente o conjunto e incluiu mais 9 abordagens: aromaterapia, apiterapia, bioenergética, constelação familiar, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais.
O médico psiquiatra e nutrólogo, Frederico Porto lembra que, desde 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como saúde o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez e diz: "O grande gargalo, é a mudança de hábito, já que vivemos em um ambiente que joga contra a nossa biologia. Antes, o homem dormia quando o Sol se punha. A partir de 1890, com a criação da lâmpada por Thomas Edison, ele passou a dormir por 10 horas; em 1950, já com a TV em alta (ela foi inventada em 1925), oito horas; e a partir de 1980, com o computador, ele dorme 6h07min por noite. A luz de LED acesa em seu celular, tablet, laptop etc. tem um feixe de luz azul muito forte e para o cérebro é como se fosse dia. Não fomos desenhados para essa realidade, por isso temos de criar novos comportamentos para nos ajudar na adaptação.” E continua: "A tríade da saúde do corpo está na atividade física, sono (descanso e capacidade de recuperar) e na alimentação adequada. Já a saúde da mente, está em saber administrar as emoções e a atenção. Temos de criar momentos de serenidade na existência. A saída é desenvolver um estado de atenção plena (mindfulness) para ter mais consciência e controle do que vai surgir. A arte de perceber os estados emocionais, pode não controlar seu surgimento mas com certeza podem os controlar a duração.” Frederico recomenda o saber respirar, e esclarece: “A respiração resolve 50% dos problemas da vida. Para 25% indico terapia e os outros 25% não tem como solucionar, deixa para a outra vida e encarnação”, ele brinca.
No âmbito psíquico-espiritual, a respiração age controlando a mente. Acalmando a respiração, acalmamos o fluxo de pensamentos e a ansiedade e aumentamos a concentração. É aqui que entra a aromaterapia, quando você inspira seu corpo entra em ressonância, equilibrando-se em todas as suas dimensões, física, psíquica e espiritual (CLARK, 2000).
A aromaterapia proporciona o equilíbrio das emoções, tranquilidade, proporciona clareza mental, reduz o estresse, a ansiedade e eleva o padrão vibracional do ambiente, beneficiando todos que por ele circulam (DAMIAN, 2018). Produz uma atmosfera de acolhimento, podendo ser utilizada nos domicílios e nos postos de trabalho entre outros espaços (MAURY, 2017). O efeito psíquico da aromaterapia deve-se à ligação direta dos receptores olfatórios ao Sistema Nervoso Central (DAMIAN, 2018; CHERAGHBEIGI, 2019).
Agregue em seu dia-a-dia esta nova consciência
Recomendações de segurança
1. Não é indicado o uso oral dos óleos essenciais;
2. Em crianças, idosos, grávidas e pessoas com doenças crônicas, a prática acompanhada por profissional capacitado é sempre recomendada;
3. Pessoas reconhecidamente hipersensíveis a óleos essenciais devem evitá-los. Ocorrendo reação de hipersensibilidade, o uso deve ser suspenso.
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